sexta-feira, 4 de julho de 2014

Pessoas que contraíram malária têm o cheiro corporal alterado, atraindo outros mosquitos, diz pesquisa

Os cientistas sabem que os seres humanos que são picados pelo mosquito transmissor da malária são mais propensos a serem infectados por meio de outros mosquitos. Agora, eles sabem o motivo e vão explicá-lo.

A malária pode alterar o cheiro de suas vítimas, deixando-as irresistíveis para outros mosquitos, revela estudo. Experimentos em camundongos sugerem que o parasita da malária age como um “perfume” no corpo, produzindo uma mistura esmagadora de odores diferentes.

Os cientistas acreditam que é provável que o motivo da sensibilidade a outros mosquitos seja mesmo por conta disso. Para provarem, estão estudando voluntários na África. Além de ajudar na busca de novos tratamentos, o trabalho pode levar a métodos de rastreamento de portadores assintomáticos em risco para evitar a propagação da infecção.

A fim de completar o seu ciclo de vida complexo, o parasita da malária – o organismo unicelular chamado Plasmodium – é colocado no sangue do ser humano por meio de seu transmissor, a fêmea do mosquito Anopheles. O Plasmodium no sangue é capaz de alterar o odor do hospedeiro para atrair os insetos famintos, coincidindo com outras doenças altamente infecciosas.


Os cientistas usaram uma técnica chamada de cromatografia gasosa para analisar o efeito do Plasmodium no odor do corpo. Eles não encontraram nenhuma evidência de que os componentes de odor eram unicamente alterados por eles. Porém, foi perceptível a multiplicação dos parasitas aumentando as concentrações dos compostos naturalmente existentes no odor. Essa mistura era tentadora para mosquitos diversos, principalmente para outros espécimes de Anopheles.

A malária é uma doença tropical transmitida por meio de mosquitos e, caso ela não seja diagnosticada e tratada precocemente, pode ser fatal. Geralmente, os sintomas incluem: febre alta, suores e calafrios, dores de cabeça, vômitos, dores musculares e diarreia. Normalmente, eles aparecem entre 7 e 18 dias após a infecção, mas há casos em que demoraram um ano para surgirem.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que havia 207 milhões de casos de malária documentados em 2010, que mataram cerca de 627.000 pessoas.

Dr. Mark Mescher, o autor principal do estudo disse: "Uma vez que os mosquitos provavelmente não vão se beneficiar se alimentando de pessoas infectadas, eles deixam pistas de odor na pele da vítima e a transformam em um verdadeiro local de acolhimento para outros insetos”.  Nem todas as fases da doença cheirava da mesma forma, no entanto. Estágios iniciais e tardios da infecção tiveram diferentes perfis de odor.

Os cientistas concluíram que esses resultados f
ornecem uma importante prova de conceito sobre a identificação de biomarcadores voláteis de infecção pela malária e os compostos específicos identificados devem ser vistos como candidatos promissores para futuras investigações.



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